Lima Barreto, um dos grandes escritores brasileiros do século XX, nos presenteou com duas obras marcantes: “Diário do Hospício” e “O Cemitério dos Vivos”. Nesses livros, ele retrata de forma contundente a realidade social e os desafios enfrentados pelos marginalizados de sua época. “Diário do Hospício” é uma obra autobiográfica na qual Lima Barreto narra sua experiência em um hospício. O autor descreve com sensibilidade e realismo o cotidiano dos pacientes, expondo as condições precárias e desumanas a que eram submetidos. Por meio de suas observações, Barreto critica a forma como a sociedade tratava os doentes mentais, evidenciando a falta de compreensão e empatia. Já em “O Cemitério dos Vivos”, Lima Barreto aborda questões como racismo, machismo e desigualdade social. O protagonista, Félix, é um funcionário público negro que enfrenta o preconceito e a discriminação em sua rotina. O autor retrata a vida urbana do Rio de Janeiro no início do século XX, revelando a hipocrisia da elite e as dificuldades enfrentadas pela classe trabalhadora. Ambas as obras de Lima Barreto são marcadas por uma escrita crítica e reflexiva, que expõe as mazelas da sociedade e provoca uma profunda reflexão sobre a condição humana. Os personagens são retratados de forma vívida e realista, permitindo ao leitor se identificar e se emocionar com suas histórias. Em resumo, “Diário do Hospício” e “O Cemitério dos Vivos” são duas obras fundamentais da literatura brasileira, que nos convidam a refletir sobre as injustiças sociais e a importância de lutar por uma sociedade mais justa e igualitária. Lima Barreto deixou um legado literário de valor inestimável, que continua relevante até os dias de hoje.